quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Mãe não é instinto! (ou prazer, sou mãe de merda)


Oi, meu nome é Marília, sou mãe, mas não sei fazer papinha/comida pro meu filho. NUNCA, em seus 11 meses eu fiz. Não gosto da hora da refeição dele (não tenho muita paciência). Não curto muito trocar fraldas cagadas ate o talo e...me considero uma boa mãe. Ah, esqueci de dizer : sempre que posso deixar meu filho um momento com minha sogra ou mãe para eu descansar ou ter um momento de lazer, eu faço, SEM CULPA.

E aí, me atirem as pedras.

Há muito tempo queria escrever sobre isso, sobre o conceito de maternidade que temos, mas só depois de ontem- quando rolou uma discussão no twitter - que tomei coragem. Me empoderei  mais sobre o assunto maternidade quando terminei de escrever minha monografia, há dois meses mais ou menos.
Tá, é estranho uma mãe dizer que passou a entender a maternidade depois de ler/escrever sobre o assunto e não depois de vivê-la. Mas deixa eu explicar.
Vivendo a experiência da maternidade, eu conheci a realidade (ás vezes bem diferente daquele cenário cor de rosa que pintavam) e pesquisando, eu descobri como o conceito de maternidade foi CONSTRUÍDO SOCIALMENTE ao longo do tempo. Sim, construído.

Na minha pesquisa, intitulada de "O LADO ESQUECIDO DA ADOÇÃO: UMA REFLEXÃO SOBRE AS MULHERES QUE ENTREGAM OS FILHOS EM ADOÇÃO, POR INTERMÉDIO DO JUDICIÁRIO, NO DF" meu foco não era o conceito de maternidade em si, mas analisar as mulheres que procuravam a justiça para entregar o filho. Conhecê-las e entender os determinantes que as levaram a fazer tal ato. Porém, era necessário investigar como nasceu o conceito de "instinto materno", ja que as mulheres que rejeitam os filhos (seja praticando aborto, entregando para adoção ou abandonando em ruas, praças, etc) são estigmatizadas e julgadas como não portadoras desse "instinto".

O livro base para essa análise foi  "Um amor conquistado: o mito do amor materno", (em PDF, aqui )da feminista francesa Elisabeth Badinter. Me apaixonei. Quase mudei o foco do meu trabalho e fui à praça pública queimar meu sutiã de amamentação.  Serião.
Entre outras coisas, o que a autora prova por A + B diz que o instinto materno não existe. Pelo menos não biologicamente. Ou seja, o fato da mulher nascer pronta pra procriação não a torna apta a MATERNAR. (Por maternar entende-se cuidado, apego,exercer a maternidade de fato), tampouco ela se torna meiga, doce, paciente, e tudo de melhor porque pariu. Simples assim.
Uma mulher pode dar a luz e não sentir nada por aquele filho. E NÃO SER UM MONSTRO POR ISSO.

A autora explana que antigamente, as crianças não tinham valor nenhum para a sociedade (tanto que eram mandadas às amas de leite, em seguida p/ internatos...) e que portanto não era cobrado às mães esse ideal de perfeição, aliás, não era cobrado nada das mães. Houve época inclusive que o infanticidio era aceito normalmente. Todos os autores que falam da história da criança  citam esse período e aquele crucial em que, a criança passa a ser vista e adquirir valor mercantil (poderio militar e recurso humano para acumulação de riquezas).

Após essa valorização da infância, as mulheres passaram a ter poder fundamental nisso, pois foi dirigido a elas o dever de gerar e cuidar de filhos fortes para o Estado. A amamentação, começou a ser incentivada e para que as mulheres tomassem prazer com os cuidados dos filhos vários discursos foram dirigidos a elas, inclusive o de que era destino divino da mulher cuidar do filho (logo, aquela que fugisse disso sofreria as consequencias de Deus). Começou-se a relacionar os atributos biológicos à maternidade, como se o instinto materno fosse como o de sobrevivencia por exemplo, algo predeterminado. Nascia o ideal da boa mãe (ou mãe perfeita), difundido pelo Estado, pela Igreja e pelos filosófos. Com o tempo, a maternidade tornou-se destino obrigatório da mulher e aquelas que por ventura fugissem dessa "norma" eram julgadas e condenadas moral e socialmente (como aliás, também são até hoje).

Bom, impossível resumir em três paragráfos o que um livro dessa profundidade traz, mas que quero dizer que SUPER CONCORDO com essa teoria. Na conclusão da minha pesquisa, constatei que a maioria das mulheres que procuravam o judiciário para entregar o filho em adoção, o fazia por outros determinantes (como principalmente filho fruto de estupro/violencia, falta de rede de apoio, ausencia de familia/companheiro e falta de condiçoes financeiras) e não porque eram más, crueis, preguiçosas ou sei la o que. Mas tambem observei que o medo de serem julgadas era grande, visto a sempre preferencia pelo anonimato (e claro a adoção direta a mãe, ou "intuito personae"). Visivelmente, apenas uma mulher entrevistada deixou claro que não queria exercer a maternidade de fato e a frase que disse no atendimento me marcou : "esse filho irá me atrapalhar no emprego, nas minhas coisas".

E aí todos pensam: que egóista !Como pode pensar na própria vida? Mãe que é mãe não rejeita. Mãe que é mãe cuida, nao importa a circunstancia.Pra que abriu as pernas então?

Bom, não quero entrar no mérito (agora), mas infelizmente, nesse país não há uma política séria de planejamento familiar e o aborto ainda não é legalizado (polêmica, deixo minha opinião depois). Ou seja, as mulheres são induzidas a ser mães sim! (Tá que a camisinha é de graça no posto, que existe informação e blabla...bora sair do senso comum?). E muito mais do que isso, o legado da mãe ideal existe e persiste.
Como comecei no início do post (sim, é a mesma coisa), as pessoas pensam que ser mãe é ser um ser divino (não dizem que mãe é um pouco de Deus?). Que não pode se estressar. Que TEM que fazer tudo. Que tem que, literalmente padecer no paraíso.

Ontem, a discussão com as #twitmães era sobre babá/creche, ou a chamada "terceirização dos filhos". Endossei o comentário da @lubrasil e disse que se EU pudesse, pagava uma babá pra me ajudar nos cuidados com o Miguel aos finais de semana. Tipo, trocar fralda, fazer/dar a papinha ou outra coisa qualquer. Falei que ficaria muito mais descansada para poder curtir meu filho e dar tempo de QUALIDADE pra ele.
Sim, porque maternidade é 50% cansaço e 50% prazer´e muitas vezes, você não desfruta o prazer porque está EXAUSTA. Daí a culpa por não dar o carinho e a atenção que seu filho merece ainda te rouba 25% do prazer. Me digam, por que, nao posso pagar alguem p/ me AJUDAR nos afazeres com meu filho? Isso é me tornar menos mãe? Sim, porque queria alguém pra me ajudar, e não para CRIAR meu filho pra mim.

Uma mãe que põe o bebê na creche meio período pra coçar e estar DESCANSADA e DESESTRESSADA depois não é melhor que uma que bate no peito pra dizer que é mãe "full time", mas fica na internet o dia todo enquanto o bebê está no chiqueirinho ou no chão da sala desatendido? Ou então que se orgulha de dizer que não tem babá e tal, mas tem twitter e um blog só PARA reclamar da criança, que ta cansada, que ta perdendo a vida e o escambau?

Olha, como eu disse ontem, não é porque tenho útero e pari que tenho que AMAR amassar legumes ou limpar catarro escorrendo. Ok, eu sei dos cuidados que uma criança dispensa, e que mãe tem que botar a mão na massa, faço até, mas nao acho que tarefas "braçais" sejam exclusivas de mãe.

Vem cá, você ama sua mãe né? Quando você pensa nela, você pensa assim "ai minha mãe me ama tanto, limpou meu cocô a vida toda". É? Eu penso e lembro da minha mãe não pelas comidas que ela fez (ate porque quem cozinha lá em casa é meu pai), nem pelas vezes que ela me deu banho, mas lembro das vezes que eu chorei e ela me deu colo, do tempo que ela brincava comigo, das broncas e correções, dos conselhos, do amor que ela me dispensa. Simples assim.

Ser mãe não é ter um parto natural sem analgesia, nao ter babá, amamentar exclusivamente ate os 06 meses (tudo isso eu fiz) e se orgulhar de dizer que não trabalha fora. Ser mãe é SER presente, é educar, é ser a referencia de valores para seu filho, é amar muito e ser a principal parceria do seu filho na vida. Não, não to dizendo que eu sou. Aliás, se alguem leu o post direito, la em cima eu digo que queria muito uma babá pra me ajudar pra eu poder curtir mais meu filho. Sim, nem sempre eu sou a mãe que eu gostaria de ser e me culpo por isso. Mas agora, depois de tudo que vivi (e paguei algumas línguas na propria pele) e aprendi, nao bato no peito pra me auto promover, tampouco julgo quem faz diferente (ainda mais na internet).

Por enquanto a única certeza que tenho é que meu filho é uma criança feliz, e que eu aprendo todo dia a ser mãe, não nasci com esse "gen" não. O meu amor e relacionamento com ele foram construídos.

Falando nele,olha aí meu bebê, que hoje completa 11 meses. Beleza pouca é bobagem né?



Ps: Tava com muita saudade disso aqui. Muita fotA, videos e textos pra postar. Vamo que vamo.

35 comentários:

  1. Menina!!Concordo em gênero, número e grau!!!!
    Eu tb não nasci sabendo ser mãe e nem amando esse papel de cara! Foi todo um sentimento que foi crescendo, onde fomos nos conhecendo (eu e meus filhos), nos adaptando e nos amando cada vez mais!
    Amei o texto.
    beijokas

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  2. Nossa menina, arrasou mesmo...

    Algumas mães que se julgam super experientes a ponto de "ensinar" outras, ao meu ver mal sabem viver e se acham super mães e se intitulam as "mães full time". E vem cá, tá certa essa sua observação: tem twitter, blog e a criança tá aonde essas horas fia?

    Isso daí é querer se auto-afirmar...outra é essa de que só PN é que faz a mãe ser mãe de fato, a por favoooor me poupe né!

    É pra acabar amiga...cada um que cuide do seu filho a sua maneira e não encha o saco de ninguém né não? Puff...

    bezinhos nossos,

    Deinha e Lilo

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  3. Então Marília, perdi o assunto ontem no twí, concordo mesmo com você, até por que eu odeio fazer papinhas e comidinhas, não gosto muito de cozinhar, até nem me importo tanto com fraldas e tals, mas não gosto de cozinhar, e quando Elena começou a comer, eu queria desistir e dar o peito até ela fazer 15 anos, mas eu preciso fazer, não posso pagar não, mas certamente pagaria alguém para cozinhar para mim, limpar a casa, e todos os afazeres domésticos, isso me cansa! Concordo e muito que nem toda mulher nasceu para ser mãe, e muitas que não tiveram parto natural, nem amamentaram, e nem cozinham para seus bebês são perfeitas mães, aquela mãe que dá colo, que brinca e tals... outro dia eu chorava e dizia para o meu marido, que elena ia crescer e não ia ter orgulho nenhum da mãe, por que eu não trabalho fora, sou péssima dona de casa, do que ela ia se orgulhar, e ele me respondeu, "ela vai dizer aos amiguinhos dela, que a mãe dela sentava no chão para brincar, que a mãe dela dava colo sempre que ela queria, que a mãe dela, contava histórias, e cantava, dançavam juntas na sala... é disso que ela vai se orgulhar, e os amiguinhos vão pedir isso para suas mães"
    Então, mesmo sendo péssima cozinheira de papinhas e não sendo aquela coisa com a organização, eu posso dizer que me acho uma boa mãe! Uma mãe bem normal!
    Certamente se pudesse, tb deixaria elena com as avós para dar uma espairecida, mas elas moram a 700km...
    Também estou aprendendo, mas fiquei apaixonada pela maternidade, quero mais filhos, haha e uma babá para cozinhar e limpar a sujeira dos filhos! hehe

    beijão
    Adorei o texto, parabéns!

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  4. menina...

    não fique tanto tempo longe assim não!!!

    concordo plenamente com vc... uma mãe não é menos mãe pq tm alguem que a ajude com o bebe...

    bjus... adoro seu blog

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  5. Muito bom, Marília!!! Eu ainda estou aprendendo a lidar com a culpa de não ser uma mãe como os outros querem que eu seja...
    Beijos!

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  6. Afff Marilia. tanto tempo longe e volta com um TEXTÃO desses..
    Vamos por partes... dizer que concordo com tuuuudo sem virgulas eu ñ posso.. Mas posso dizer que concordo com 98%.. srs

    Assim.. me dedico o maximo que posso.. se esse tal dom existe, não nasci com ele.. Nao gosto dos afazeres.. e tbm daria o peito até os 15 anos se pudesses (igual a Joci). Acredito que na rede (blog, twiter e tal) tem muita gente que mais fala o q o povo quer ouvir do que o que aplica na pratica mesmo.

    Sou apaixonada pela minha pequena.. tanto q doi.. mas ñ sou exemplo de perfeição.. nem quero ser..

    Quanto a culpa.. a minha vem por diverssos motivos.. mas com certeza n vem quando invento uma desculpa pra o marido trocar a fralda suja!! E não me sinto menos por isso!!.

    Aprendi muito nos blogs.. aprendo todo dia.. tento ser melhor.. mas ñ por ninguem.. por mim mesma... Tbm aprendi que ñ devo julgar.. se ñ concordo ou ñ tenho o q falar.. simplesmente fico queta..

    Olha... Mguel tá lindão demais!!! E ainda ñ consigo linkar seu blog lá no meu!! rsrs
    Bjnhos

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  7. Voltou e Arrasou!!!
    Você é 10!!

    Beijos no pintinho do Miguel!!!
    (Calma! Calma! Brincadeirinha!!!)
    kkkkkk

    Beijão! =D

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  8. Marilia, eu não sou mãe, mas sou professora de Educação Infantil e gosto de ler blogs de mães que expõe seus pensamentos, acho importante entendê-los para compreender algumas situações que me deparo no dia-a-dia do meu trabalho. Por isso, mesmo não sendo mãe, posso dizer com toda a propriedade que é mesmo por aí, mãe não é instinto, você se torna mãe. Eu canso de ver mães que não estão nem aí pros filhos mas que enchem os mesmos de brinquedos e se acham super mãe por conta disso. Não é por aí...pra mim, ser mãe é educar, dar amor, carinho, atenção...independente se amamentou ou não, se ele fica na creche desde os 4 meses...

    Enfim, eu sou a favor de babá, da escola desde cedo, principalmente, desde que não haja a subtração do filho na vida da mãe!

    Acho muito mais corajoso a mãe entregar o filho pra adoção por não se achar capaz de criá-lo, do que ficar com a criança da maneira que vemos os casos por aí...

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  9. Desabafo geral... o que é isso? Arrasou na reflexão, mas tô com a Martha seria mentira se dissesse que concordo com tudo, mas você está certa, o mundinho que pintam sobre a vida cor-de-rosa das mães não é TÃÃÃÃO rosa assim, (e isso começa na gravidez...enjôos, inchaço ... #aff)e mãe nenhuma perde mérito em ter alguém que as ajude com o filho, seja babá, creche, avós, etc.(Ah se eu pudesse!) Eu também sou péssima em fazer papinha,trocar fraldas, Eca...rsrsrs Cada um tem sua opinião e respeito todas, só não podemos generalizar. Tudo que eu pensava ser como mulher, mudou totalmente quando vi o rostinho do meu primeiro filho e tudo foi confirmado quando vi minhas pequenas, ali naquele momento nasceu uma mãe!

    Eu sou apaixonada pelo Miguel e seu blog é lindo, parabéns!

    Se quiser dê uma olhadinha no meu, não é tão perfeito como o seu, mas um dia chego lá, sou iniciante no mundo das blogueiras, rsrsrs.
    Bjs.


    http://lu-e-eles.blogspot.com/

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  10. sua meio amarga de uma figa... peraí que te pego e te encho de beijos... só que é mais tarde, pois já vivi muitas emoções por hoje e tá osso pra eu escrever de forma compreensível (nota-se)... mas não quis deixar de mostrar que li o post (ahan... inteirinho, apesar do cansaço)... mais tarde eu volto porque tenho que comentar PA RÁ GRA FO por PA RÁ GRA FO!
    Guenta!!!!

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  11. nossa, acessei seu blog por acaso e seu post me acertou em cheio justo no dia de hj (cansaço, imapaciencia e culpa, culpa, culpa)!
    só posso te agradecer!

    clap, clap, clap...

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  12. Primeiramente PARABÉNS pra esse garotão de piu piu e td rsrsr....
    E PARABÉNS pra vc tbm, gostei mt do seu post e concordo com vc plenamente!
    Quero dizer que até eu que estou com ela 24hs, não tenho esse 50% de prazer...devido os afazeres e td mais - poxa, pareque que qnd estamos o tempo td em cs cansamos mais do que se trabalhassemos fora - . Mas isso não me faz ser menos mãe e é a cada dia que construo meu elo com ela..
    Parabéns tbm pela monografia, conhecendo um pouco de vc sei que vc se saiu mt bem.
    OBA! Vamos ter uma profissional de respeito graças a Deus .
    Abrçs na família linda.

    PS: Minha pequetucha viu a foto qnd eu estava termiinando de ler e perguntou - que é? Ela não pode ver uma foto que faz essa pergunta linda.

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  13. voltei hohoho!!!! mas precisa assustar não pq desisti de comentar a parte teórica (que se é teoria, ñ a como descordar né? no máximo pode-se não compreender... mas a mulher só escreveu pq provou e end), então vai ficar tudo light, diet e soft rs... detalhe... depois tem q mudar o topo do seu blog, pq a frase do lado direito tá incoerente com esse post... prestenção psevê?! :P ... mas não posso deixar de destarcar isso aqui "Me empoderei mais sobre o assunto maternidade quando..." ... pq ficou chique de doer kkkkk
    No dia do lance do tt eu estava lá lendo tudo... não sabia se ria, se respondia, se vomitava... daí optei pela primeira alternativa, porque além de mais divertido, não me deu nenhum trabalho kkkk... se respondesse corria o risco de dar zica e virar daquelas discussões imbecis na TL e tava afim não... e se eu vomitasse, seria eu a ter que limpar e morro de nojo de vômito! (de merda de cça então nem se fala... só troquei fralda do Fí qndo o pai dele não tava em casa)... mas saquequimirrita? nem é a opinião em si... pq opinião (e tô falando de senso comum, óbvio) é coisa pessoa, cada um tem a sua e end!... o q irrita é sair esfregando opinião pessoal mundo afora como se fosse verdade absoluta (tipo... "creche é lugar de criança sem educação"... heim? quem escreveu? kd essa dissertação pq quero ler now?!?!)... é isso aí que irrita... propagar o q pensa como se não houvesse um outro lado... como só sua opinião fosse a correta e aí eu piro-ro... foi onde comecei a rir... principalmente depois de ler o planejamento tão perfeito de vida (mas sempre em função da cça) lá no mesmo tt... fiquei imaginando se toda mulher ao ter filho tivesse que parar a vida pra cuidar dele até que este complete dois anos, pq só assim essa mulher mostraria que é mãe de verdade... a mãe perfeita... a mãezuda... aquela mesmo que foi construída socialmente à medida em que se desenvolveram as outras relações societárias... (ahhh capitalismo, seu puto!!!!)
    Daí ri... pq né??? responder o que?
    Acho particularmente, que independente de mulher ou homem, mãe ou não... todo e qualquer ser humano desempenha na vida muitas funções sociais... vou tomar a liberdade de citar um exemplo... Dany Mendes (@danymmagalhaes), é, na minha opinião, a mulher mais fodástica da galáxia... enfermeira, exerce a profissão com ética, gana e paixão, esposa, ama o marido e deixa os filhos com avós pra trepar q nem puta com ele numa boa (foi ela mesma quem falou isso uma vez hehe), tem dois filhos lindos, é inteligente e a vida dela nunca parou em função da bia ou do gu... ahhh... ela deve ser mãe de merda né? imagina deixar filho com vó pra trepar q nem puta com o marido?
    Mas assim... eu tinha mais coisa pra falar, só q esqueci :P... se eu lembrar eu volto! :D
    No mais a gente trabaia, bebe, trepa, twitta, damos aos pobres (oi?), fazemos papanicolau uma vez por ano, estuda, cai na gandaia, troca fralda suja de bosta e lê besteira no twitter pra dar risada... pq né? nóis tumém num é de ferro!!!!

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  14. Xará! Quanta coisa junta! Que texto BUM! (fiquei sem palavras pra descrever).
    Eu não entro mais em discussões desse tipo em lugar nenhum! Só faz afastar quem um dia pode precisar mesmo da ajuda de uma mãe mais "escolada".
    Eu tenho aprendido a ser mãe desde os meus 16 anos quando me vi grávida e decidi que ia cuidar do meu filho. Muita coisa eu não gosto (odeio) mas nem por isso me culpo, aliás nem quando falam: "quem mandou ter filho", a culpa n tem lugar no meu coração.

    BjoS!!!

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  15. Amei esse post; cheguei a ele pelo twitter. Já me tornei seguidora!!!

    Vou divulgar no grupo Mães (e pais) com filhos, do Facebook!

    Beijo,
    Ingrid

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  16. Oi Marília,
    cheguei aqui pela indicação da Ingrid.
    Adorei o texto.
    Adoro estar com as minhas filhas, brincar, cuidar, dar apoio, etc... E para que eu faça isso da melhor maneira que a minha condição de ser humano permite conto com a ajuda de babá/empregada sim.
    Erro muito tentando acertar. Me descabelo, fico exausta, etc...
    Aliás, digo que entendi melhor o amor depois que tive filho. Agora eu entendo que podeos amar uma pessoa e em alguns momentos não querer estar com ela. E isso não significa falta de amor e sim necessidade própria. Isso não significa egoísmo.

    Não vi essa discussão no twitter mas acho extremamente exagerada a perfeião que as próprias mães cobram umas as outras, gerando um padrão que extremamente exaustivo.

    Eu tive a sorte de fazer um curso pré-natal que me alertou para as dificuldades da maternidade, da exaustão. Me fez tirar da mente aquela ideia de mundo cor de rosa e cair na real.

    Bom, adoreio texto. Apesar de estar em uma fase ante-feminismo odiando quem queimou os sutiãs, gostei até da ideia de queimar os sutiãs de amamentação. (kkkkkk)

    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

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  17. Posso me chegar ao teu fã clube?
    Concordo e to assinando aqui embaixo.
    Rola até medinho de falar que tudo q eu queria as vzs era chegar do trabalho e dormir. Tive filho né? Tenho que chegar e cuidar!
    Mas muitas vezes o tempo que passo com ele não tem qualidade alguma.
    Coloco ele na cama e fico só olhando tamanho cansaço.
    Mãe de merda grau máximo né?
    Minha mãe cuida dele o dia todo para eu trabalhar e eu ainda revelo isso. haha
    É tanto radicalismo na internet que a gente entra em neura de TER QUE SER perfeita.
    Ah si fudê... oooops!
    Mas é o que dá vontade de falar.
    Tenho certeza que sendo eu (mesmo não tendo tido parto normal, nem amamentado exclusivamente, trabalhando fora - toda errada hauhauahua) ainda sou a melhor mãe que o Enzo poderia ter (me acho?).
    E VOCÊ A MELHOR MÃE PARA O MIGUEL!
    Saudades de vc por aqui!

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  18. Muito bom o texto. Não importa o que saiba ou não fazer, o que importa é o convívio e a educação de qualidade que damos aos filhos. Eu tenho trigêmeos e sei bem que toda a ajuda pode ser bem-vinda. Não é para criar, mas para "ajudar" mesmo, trabalho braçal mesmo! Não gosto de radicalismos também, acho irritante a pregação sobre parto normal e tal! E ser natural! Imagina eu, que tive que fazer fertilização in-vitro! Nada foi natural! Isso me faz menos mãe? Mas eu sou e me sinto uma mãe muito boa e o fato de não ter sentido dor na hora do parto não me faz menos mãe! Não consegui amamentar meus filhos (muito pouco)! Aprendi muito com meus filhos (tanto que escrevi um livro - O Brilho Oculto), mas principalmente que não existe perfeição em nada nesse mundo. Meu lema é: "Estou fazendo agora neste exato momento o que eu posso levando em consideração a pessoa que sou agora." - Esse pensamento me liberta da culpa. Eu vivo um dia de cada vez e curto cada um deles e bastante!
    Mas atualmente estou numa que preferia apenas cuidar dos meus filhos e fazer menos coisas! E acho que mãe não deveria ter que trabalhar tanto paralelamente! Sei que tem mulheres que não vivem sem trabalho e carreiras, mas atualmente, eu não sou uma delas!
    Beijo,Aline
    Passa lá no meu site (meu blog é dentro do site) e conheça minhas aventuras com meu trio!

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  19. Mana, e eu que sou a personificação desse mundo cruel e afundado na merda que sao as maes com babá?
    Haha, prefiro um filho que tenha alguem que possa estimula-lo, levar pra pracinha quando eu nao posso/nao to a fim do que ter um filho cachorro, que nao sai, nao interage, deitado ali roendo um brinquedinho enquanto eu passo o dia na net com meu rabo na cadeira metendo na vida dos outros.

    Faço comida pra ele, dou banho...
    Dai se ele cagar eu vou la e limpo.
    Isso sim é que é mae da merda, kaka

    Criar filho vai tão mais além de limpar a bunda e fazer papinha, isso qualquer ser o mais escroto que seja faz, agora largar tudo, sentar ali, mostrar coisas, estimular e doar o tempo pra algo mais que passar o creme de assaduras que eu quero ver neguinha fazer.
    Não vem me dizer que ta educando e criando o filho se nao sai do orkut, tui e blogs (onde mete o pau na criança querendo que ela cresça logo e mostra o quanto é culpada por querer se livrar dele), nao ta criando, so os dias tao passando.

    Um bebe feliz precisa mais do que ser "limpo e bem alimentado"
    Geração Hardware, criada ali, do ladinho da impressora.

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  20. Amiga, só uma coisa para dizer.
    Me contaminei com as suas palavras e fui lá e escrevi mais um pouco. Solidária aos seus pensamentos, às suas posturas.

    Pior sou eu: vc arma o barraco e eu vou lá e faço um puxadinho.

    rsrsrs

    Adoro vc.

    beijo grande neste guri cada dia mais lindo.

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  21. Putz, gata, nem tenho o que dizer. Só digo que tetesto a hora de dar comida, não tenho saco pra isso mermo! Hahahahahaha...

    Como Marilia Mercer, tb me vi grávida aos 16. Nunca quis ter filhos, e tenho 4. Não os culpo de nada, até pq curto minha vida de cuidar deles e de casa.

    Procuro fazer coisas fora de casa; tou voltando a estudar (se Deus quiser ano que vem mestrado), leio etc.

    Cansa sim, móoooooito. Tem dia que eu tou muerto que só quero cama. Mas tamos aí.

    Sua linda. Adorei o texto e o Miguel tá uma delícia de neném.

    Beijo, Bia.

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  22. Uau, que blog, eu amei, iria escrever sobre isso hoje, pois iniciei este debate na comunidade GPM.E vou escrever, acho que amanhã, se minha filha me deixar tempo e disposição rsrs
    Enfim, adorei o que você escreveu, estava na hora de nós, mães blogueiras falarmos a real.

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  23. Oi Marilia,
    Eu acompanhei toda a discussão quieta pelo twitter mas preciso comentar o seu post. Acho saudável que as pessoas tenham visões diferentes sobre as coisas. Primeiro eu concordo totalmente com vc que ser mãe não é fácil e que a maternidade cor de rosa não existe. Acho super importante que a gente fale sobre isso porque as mães sempre carregam uma culpa muito grande por muitas vezes não sentirem prazer com algumas ou várias coisas na maternidade.

    Acho normal que vc tenha vontade de ter uma babá ou que deixe seu filhote com seus pais quando precisa descansar. Mas também acho normal que algumas mães optem por tomar conta dos filhos full time. Mesmo que elas tenham blog e twitter e mesmo que reclamem dos filhos. Não acho que cabe julgar o jeito que cada uma escolhe cuidar de seus filhos.

    Acho estranho vc não considerar um monstro uma mulher que não sente absolutamente nada pelo filho e ao mesmo tempo não compreender uma mãe que reclame do filho no blog.

    Eu preciso te dizer que o instinto materno é sim um extinto de sobrevivência. Claro que isso não significa que com a maternidade nos transformamos em um ser perfeito. Mas instintivamente sabemos como cuidar da nossa cria. Isso é assim a muito mais tempo do que a autora que vc cita descreveu. Só o Homo sapiens está na terra a quase 200 mil anos e com certeza os internatos são uma invenção do homem moderno.

    Por último eu preciso dizer que vc consegue olhar para as mães e tirar delas a culpa e a responsabilidade. Mas e os bebês onde ficam nessa história? Desculpa mas não tenho como não achar as suas idéias egoístas em muitos aspectos. Eu acho que ter filhos é sim uma escolha. Senão pra 100% das pessoas com certeza para todas as mães que tem blog e twitter. Essa escolha implica em responsabilidades para com o bebê que merece sempre o melhor de nós. Agora o melhor que eu posso dar ao meu filho não necessariamente é o mesmo que o seu e de outras mães.

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  24. Oi Marília que bom que voltou estava com saudades!!!!
    Confesso que levei um susto com seu post, um pouco polemico, mas interessante, pq vc falou, verdades que as vezes precisamos ouvir.

    Obs. Teu Miguel esta um príncipe!!!
    Luciana

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  25. Owmmmm A-D-O-R-E-I cada palavra que vc escreveu... Eu na verdade nem sempre fui como hoje sou!! E graças a Deus hoje sou como sou, sacumé??? Da minha primeira eu era uma louca, só eu fazia dormir, só eu fazia comida e só eu cagava com a porta do banheiro aberta com a pequena no bebe conforto porque era louca o bastante para ter uma babá e achar que ela era incompetente... Aí veio o meu segundo filho, já me dando voadora na cara e me mostrando que eu estava errada... E veio a DPP... E eu aprendi na marra que o céu não se abre num clarão de amor pelo filho só porque vc é mãe poxa, vc gerou, carregou e pariu (no meu caso fui parida, duas cesareanas me condenam no mundo das xiitas né?? mim ama???). Maternagem é um processo!!! Repito isso todo dia para NUNCA mais esquecer! A primeira viagem que fiz SOZINHA só marido e eu foi a coisa mais legal do mundo!! E ver as fotos que minha mãe tirou dos pirralhos no clube na minha ausência, nem doeu.... Meus filhos odiavam minha papinha, comiam a da avó, da babá, do pai, da vizinha, mas as minhas NECAS!! Sou uma merda de mãe né??? Tenho babá... Vou pro inferno com essa... Criar filho é muito mais que isso!! Aliás eu só consigo lembrar da minha mãe me dando colo nas minhas inúmeras crises de choro, do meu pai coçando as minhas costas para dormir, me ensinando a como promover um black out na cidade com uma bola... Graças a minha babá, avós, marido e demais network, estou terminando um mestrado, engatilhando um doutorado e me tornando mais mãe de merda ainda né?? kkkkkkkk
    E só pra para de te encher com minhas insanidades... Posso presidir o fã-clube?? rsrsrsrsrsrsrrss
    vc é de Brasília?? Me too!!!

    Bjus gata!

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  26. Concordo plenamente com você.
    As mulheres são cobradas a gerarem filhos, a ponto de dizerem que a mulher nasce p/ isso, e sem isso ela não tem valor.
    Isso é de uma crueldade principalmente com aquelas que por problemas de saúde não pode ter filhos.
    Eu nunca quis engravidar, não tenho nenhum problema para gerar filhos, e quando quis tê-los fiz a opção pela adoção.
    Mas não abri mào da minha vida por causa da chegada deles: eu trabalho, faço doutorado, viajo muito para congresso, saio com minhas amigas e meu marido. Quando estou ausente, eles ficam na escola em período integral e com o pai, tudo muito tranquilo p/ todo mundo, já estão todos acostumados.
    Mas as pessoas de fora ficam chocadas, insunuam inclusive que eu levo esse ritmo de vida porque eles são adotados e eu não os amo de verdade.
    EU SOU APAIXONADA PELOS DOIS, mas continuo tendo vida própria e amor próprio, e felizmente, SEM CULPA nenhuma. E me considero uma ÓTIMA MÃE, dentro do que a vida real possibilita.
    Parabéns a todas que conseguiram se livrar das amarras dessa cobrança histórica e social de serem MÃES IDEAIS.
    E se um dia quiserem ser mães, que sejam apenas MÃES DE VERDADE.

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  27. Marília perdi essa repercussão toda no tuí. Lógico que peguei no ar que estava tendo uma discussão acalorada do assunto, mas não me meti, pq não conhecia nenhuma das partes envolvidas.
    Gosto muito de ouvir opiniões diferentes das que eu tenho. Utilizo isso como um meio pra crescer, pra formar a minha própria opinião.
    Desconhecia a "maternidade construída", pq na real, não tive muito tempo de teorizar a respeito. rs Mas sempre tive meus questionamentos sobre essas mães que rejeitam os filhos ou os matam. Se fosse instinto o natural seria que todas os acolhessem, né? Mais um ponto de vista!

    E quanto a ter alguém pra ajudar, por que não, meldels? Minha mãe é uma super mãe que sempre trabalhou os dois expedientes...nem por isso menos mãe. Aliás, sempre penso: por isso tudo, uma super mãe.

    (desconhecia o blog até agora...(a tança!) mas já vou seguir.)

    Beijo e o Miguel é uma coisa de tão lindo!

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  28. Nossa , concordo com tudo.
    Tem dia que realmente é muito dificil ser mãe.
    Ainda bem que não e so comigo ate achei que estaria ficando louca , pois tem pessoas que falam assim- Nossa o que mais quero na vida e ser mãe . E hj sou mãe e nunca pensei assim. Meu marido fala que essas pessoas falam isso pq não foram mães ainda . Isso me consola.
    Mas tem dia que e UM SACO viu!

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  29. Amada, que Deus te ilumine pela maravilhosa idéia de colocar suas historias por aqui.
    Eu já achava que era comigo. TODAS as mulheres a minha volta falam que é maravilhoso ouvir aquele choro no meio da noite, no meio da transa com seu esposo, no meio de um filme...
    Agora percebo que são um bando de hipócritas.

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  30. Obrigada por esse texto, é assim que me sinto e já estava achando que eu sou a única no mundo, amo meu filho, mas não gosto dessa maternidade que nos é imposta, mãe de comercial de margarina eu não consigo ser, não consigo cozinhar para o meu filho, não consigo e tenho sofrido com isso, estou vendo como fazer para solucionar isso, meu filho vai ter orgulho de mim por outros motivos e já tomei a decisão vou ter que deixar ele na creche estou um caco, estou tão cansada que tenho sido uma mãe de merda, não tenho brincado com ele, e isso é o que mais gosto...ai que maravilha de texto, me empoderei, vou agir...obrigada de coração.

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  31. Que bom que não sou a única a pensar assim, já estava sentindo culpada, mas vejo que tem muitas, obrigada por ter a coragem de escrever.

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